segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Estou preparando a minha árvore de Natal


Achei esse texto do Padre Fábio de Melo sobre o Natal e achei muito legal, vale a pena ler:

"Quero que ela seja viva, mas não quero que seja exterior. Eu a quero dentro de mim. Tenho medo das exterioridades. Elas nos condenam. Ando pensando que o silêncio do interior é mais convincente que o argumento da palavra. Quero que minha árvore seja feita de silêncios. Silêncios que façam intuir felicidade, contentamento, sorrisos sinceros.


Neste Natal não quero mandar cartões. Tenho medo de frases prontas. Elas representam obrigação sendo cumprida. Prefiro a gratuidade do gesto, o improviso do texto, o erro de grafia e o acerto do sentimento. A vida é mais bonita no improviso, no encontro inesperado, quando os olhares se cruzam e se encontram. Quero que minha árvore seja feita de realidades.

Neste Natal quero descansar de meus inúmeros planos. Quero a simplicidade que me faça voltar às minhas origens. Não quero muitas luzes. Quero apenas o direito de encontrar o caminho do presépio para que eu não perca o menino Jesus de vista. Tenho medo de que as árvores muito iluminadas me façam esquecer o dono da festa.

Não quero Papai Noel por perto. Aliás acho essa figura totalmente dispensável! Pode ficar no Pólo Norte desfrutando do seu inverno. Suas roupas vermelhas e suas barbas longas não combinam com o calor que enfrentamos nessa época do ano. Prefiro a presença dos pastores com seus presentes sinceros. Papai Noel faz muito barulho quando chega. Ele acorda o menino Jesus, o faz chorar assustado. Os pastores não. Eles chegam silenciosos. São discretos e não incomodam. Os presentes que trazem nos recordam a divindade do menino que nasceu. São presentes que nos reúnem em torno de uma felicidade única. O ouro que brilha, o incenso que perfuma o ambiente e a mirra com suas composições miraculosas. O papai Noel chega derrubando tudo. Suas renas indisciplinadas dispersam as crianças, reiram a paz dos adultos.

Os brinquedos tão espalhafatosos retiram a tranquilidade da noite que deveria ser silenciosa e feliz. O grande problema é que não sabemos que a felicidade mais fecunda é aquela que acontece no silêncio. É por isso que neste Natal eu não quero muita coisa. Quero apenas o direito de recolher o pequenino menino na manjedoura. Quero acolhê-lo nos braços, cantar-lhe canções de ninar, afagar-lhe os cabelos, apertar-lhe as bochechas, trocar-lhe as fraldas para que não tenha assaduras e dizer nos seus ouvidos que ele é a razão que me faz acreditar que a noite poderá ser verdadeiramente feliz.

Neste Natal eu não quero muito. Quero apenas dividir com Maria os cuidados com o pequeno menino. Quero cuidar dele por ela. Enquanto eu cuido dele, ela pode descansar um pouquinho ao lado de José.

Ando desfrutando nos últimos dias o desejo mais intenso de que a vida vença a morte. Talvez seja por isso que ando desejando uma árvore invisível. O único jeito que temos de vencer a morte é descobrindo a vida nos pequenos espaços. Assim vamos fazendo a substituição. Onde existe o desespero da morte eu coloco o sorriso da vida. Façam o mesmo! Descubram a beleza que as dispersões deste tempo insistem em esconder. Fechem as suas chaminés. Visita que verdadeiramente vale à pena chega é pela porta da frente. Na noite de Natal fujam dos tumultos e dos barulhos. Descubram a felicidade silenciosa. Ela é discreta, mas existe! Eu lhes garanto! Não tenham a ilusão de que seu Natal será triste porque será pobre. Há mais beleza na pobreza verdadeira e assumida que na riqueza disfarçada e incoerente.

O que alegra um coração humano é tão pouco que parece ser quase nada. Ousem dar o quase nada. Não dá trabalho, nem custa muito. E não se surpreendam, se com isso, a sua noite de Natal tornar-se inesquecível".

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A origem e a história da festa do Natal


A partir do século IV a Igreja no Oriente e no Ocidente festejavam a encarnação do Filho de Deus, Jesus Cristo, em duas diferentes datas: a Igreja ocidental, a partir de Roma, em 25 de dezembro, e a Igreja oriental em 06 de janeiro, intitulando a festa de “Epifania” (manifestação) do Senhor. A distinção entre as duas festas acontecerá somente entre o final do século IV e o início do século V. A primeira notícia, todavia, que temos da festa do Natal em Roma está no documento chamado “Cronógrafo filocaliano”, do ano 336, onde a festa do nascimento de Jesus está fixado na data de 25 de dezembro.


Quanto à origem desta festa, segundo os estudiosos a explicação mais provável encontra-se na tentativa da Igreja em Roma de suplantar a festa pagã do “Natalis (solis) invicti”. De fato, no século III difundiu-se no mundo greco-romano o culto ao sol, última afirmação do paganismo decadente. O imperador Aureliano († 275) deu-lhe importância oficial, através da construção de um templo em Roma. A principal festa deste culto era celebrada no solstício de inverno, no dia 25 de dezembro, tempo no qual no hemisfério norte o dia passa a ser mais longo que a noite, simbolizando o início da vitória da luz sobre as trevas.

Para afastar os fiéis dessas celebrações idolátricas, a Igreja em Roma deu a tais festas pagãs um significado diferente: a celebração do nascimento do verdadeiro sol, Jesus Cristo, que se fez carne depois da longa noite do pecado.

Esta origem explica também o fato da festa de Natal ser em data fixa, isto é, segundo o calendário solar, enquanto a Páscoa – que segue o calendário lunar (hebraico) – é móvel, variando a data de ano para ano.

Um segundo fator importante para a insistência da Igreja na celebração da festa de Natal, foram todas as heresias surgidas nos séculos IV e V (con Ário, Nestório e Eutiques), as quais, ou negando a divindade de Jesus, ou misturando as suas duas naturezas, terminavam por anular a realidade divino/humana do Filho de Deus encarnado. A Igreja, pois, com os grandes Concílios de Nicéia (325), Constantinopla (381), Éfeso (431) e Calcedônia (451), rejeitou tais erros e afirmou a fé ortodoxa, que professamos todos os domingos no “Creio”.

Terá pois o Filho de Deus nascido em 25 de dezembro? Ninguém sabe em que data e hora a Virgem Maria deu à luz Jesus. Porém, mais importante do que a data exata importa verdadeiramente comemorar com imensa alegria a amor de Deus que se quis fazer carne, para nós salvar.

É belo, nesse sentido, recordar as palavras dos anjos “evangelizando” aos pastores a grande alegria: “Hoje nasceu para vós o Salvador, que é Cristo Senhor” (Lucas 2,11) E, para a nossa festa, encontramos um particular eco no hino de Zacarias: “Por meio do amor misericordioso de nosso Deus, nos visitou o Sol que vem do alto, epifania/manifestação luminosa para os que jazem nas trevas e na sobra da morte estão sentados!” (Lucas 1,79).

Fonte:  Diocese de Santo André - Padre Antônio César Seganfredo (Vigário Paroquial da Paróquia São José – Ribeirão Pires)

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Dicas para o tempo do Advento

Advento quer dizer vinda, chegada, visita. É o tempo de quatro semanas que antecede o Natal. Portanto, é um tempo santo de preparação para o nascimento de Jesus.


1. Participar das Novenas de Natal nas casas e transformá-las em Grupos de Reflexão. O melhor presépio é um grupo de pessoas reunidas nas casas em nome de Jesus.

2. Meditar a Bíblia. O profeta Isaias agora nos fala de esperança: As espadas se transformem em enxadas, o luto em alegria, o deserto em Jardim. Sejamos testemunhas da esperança. O leão e o cordeiro, o urso e o cabrito, o lobo e o boi estarão juntos. Eis o tempo de paz.

3. Não falar nem propagar o papai-noel, mas o Menino Jesus. Papai-noel é sedutor do mercado. Com abraços, risos, beijos seduz as crianças a serem consumistas. O velho matou o Menino. “Um Menino nos foi dado” (Is 9,5).

4. O Advento pede mais oração, meditação e silêncio. Nada de correria e menos televisão. Tenhamos tempo para os filhos, para o casal e os vizinhos. Voltemos a participar da Igreja, da religião. Eis o tempo de conversão e salvação.

5. Uma boa confissão é o melhor presente que podemos dar a Jesus. “Nasceu para vós um Salvador” (Lc 2, 11). Ele quer nossos pecados. Advento com um perdão a quem nos ofendeu é recuperar a alegria, a saúde e a paz.

6. Neste Advento de 2007, lembrando a Fraternidade e Amazônia, vamos cuidar da mãe terra, das águas, do verde, com reciclagem do lixo, plantação de árvores, não lavar a calçada com água. Jesus é a árvore da vida.

7. Um pouco de penitência é saudável. Não dirigir embriagado. Não transmitir doenças contagiosas. Não justificar o mal. Pelo contrário, doar órgãos, doar sangue, adotar uma criança e evitar a dengue. Ser mais generoso na Campanha de Evangelização. Eis o verdadeiro Advento.

8. Os pobres, doentes, as crianças, pecadores são o centro do Natal. Daí que um gesto de acolhimento, de hospedagem, de visitação, de reconciliação pode marcar este tempo. Não economizar elogios, perdão, acolhimento, abraço, amizade e compaixão.

9. Ser positivo, alegre, principalmente ter os olhos fixos em Jesus, Maria e José. As mães gestantes têm – em Maria grávida de Jesus por meio do Espírito Santo – a proteção, a ternura, a paz. Os maridos como José, voltem para casa, a família. O bem primário e fundamental da vida é a família.

10. As crianças não só recebam presentes, mas aprendam a partilhar. Que se encantem por Jesus. Amemos as crianças desde o ventre materno. Não percam elas a inocência. Cresçam em idade, sabedoria e graça.